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Em viagem sozinhas: uma entrevista com Samanta Duarte

A chegada de mais um membro à família não te intimidou e, acima de tudo, não te fez desistir do prazer de viajar! Apenas o aumentou. Afinal, só tens que melhorar algumas habilidades de organização e já está. O mundo visto através do olhar curioso de uma criança é um lugar melhor. Descobre as dicas da nossa mãe de família Samanta Duarte.

1. O que viajar representa para ti?

Viajar representa uma lufada de ar fresco. Todos nós estamos muito envolvidos nas rotinas profissionais, vida social, tarefas, compromissos, que nos obrigam a um grande esforço no dia-a-dia.
Representa estar no meu EU melhor, sem farda, sem horários, sem compromissos, com tempo para escutar, brincar e contemplar o momento.
Viajar representa conhecer pessoas, viver experiências que marcam e que nos dão a inspiração necessária para quando regressamos a casa, podermos programar a próxima viagem.

2. Quando e qual foi o destino para onde viajaste com tua família pela primeira vez?

A primeira viagem grande que fizemos, o mini-viajante tinha seis meses e fomos ao Brasil, em 2015.

3. Como viajar com tua família te enriquece e por quê o fazes?

Férias em família para mim, são uma necessidade para uma vida equilibrada e saudável, tão importante como comer bem, ou fazer exercício. Viajar enriquece-me individualmente, e não fazia sentido deixar de fora a família.
Já viajei muito sozinha, e agora reconheço que foi importante, mas em família tem outro tipo de vantagens: sair da rotina, mostrar lugares, cores, cheiros e comidas ao meu filho. Em viagem há otimismo, coragem, imprevisto, serenidade e situações que temos de resolver em família, e isso aproxima-nos muito.

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4. Na tua opinião, quais são os maiores desafios de viajar com crianças e como lidas com eles?

O maior desafio, é o medo de ir para um lugar estranho e não saber o que encontrar lá. A prioridade dos pais é a segurança do seu filho, e enquanto não sentem que controlam o máximo de variantes, não conseguem voltar a viajar, como faziam sozinhos ou em casal. O melhor é ir numa fase inicial, para um local que se sintam confortáveis, perto, ou que já conheçam.
Outro desafio é que as crianças não têm filtros (e ainda bem!). Choram quando lhes apetece, recusam-se a colaborar com uma atividade que não gostam ou não lhes interessa no momento, etc. Costumo brincar com a situação, sorrir e agir com naturalidade. Não há lugar para dramas, e assim passa rapidamente.
Os timings das crianças podem ser um desafio. Tudo demora muito mais e tem mais imprevistos. Rapidamente percebi que o melhor é ir ao ritmo da criança. Desta forma, não tenho expectativas irrealistas, não sinto pressão e fico muito feliz de tudo fluir naturalmente. O mini-viajante também fica mais feliz.
O último, é a preparação. Hoje em dia, já é um processo automático, mas no início até acertar com os items que considero indispensáveis, ou a prática de verificar se o hotel tem berço, preço da cama extra, etc, foi um desafio, sem dúvida.

5. Quais são os teus conselhos para organizar uma viagem em família?

  • Ter uma expectativa realista. Não vai dar para calcorrear uma cidade inteira num dia. Mais vale, ver menos e melhor, do que ter uma criança esgotada e birrenta.
  • Levar pouca coisa, há produtos e comida para crianças em todo o Mundo. Levar muita bagagem é um fator de stress, é preciso os braços que já seguram o nosso bebé.
  • Não se deixar levar pelo mito “Não se vão lembrar de nada”, as experiências contribuem para o crescimento, desenvolvimento e noção do lugar da criança em relação ao Mundo
  • Fazer um Seguro de Viagem. Estar num país desconhecido, com uma criança doente é aterrador. Fazer um seguro dá a paz necessária e a confiança de poder ter atendimento da melhor qualidade, a qualquer momento.
  • Ter descontração e boa disposição. Como em tudo na vida, nervos não ajudam. Sim vão haver imprevistos, vão haver choros, vão haver muitos momentos divertidos e experiências inesquecíveis que ficam gravados na memória de todos.
  • Aproveitar. Os nossos filhos crescem, temos de aproveitar estes anos da melhor forma.

6. Qual é o destino perfeito para viajar em família e por quê?

O destino perfeito é aquele que gostaríamos de visitar. Não há destinos para adultos ou para crianças. Tirando zonas de guerra, vale tudo, desde que os pais se sintam confortáveis.
Não acho que após termos filhos, tenhamos apenas a opção de parques temáticos ou hotéis com actividades infantis. Pelo contrário, isso seria muito limitativo e não se iria identificar com o gosto dos pais. A família toda sairia a perder.

7. Diz-nos algo que aconteceu numa das tuas viagens que impactou a maneira como viajas.

Eu sou uma viajante aberta a conhecer pessoas, conversar com estranhos, saber dos seus costumes, comer em locais muito típicos, etc. Quando viajamos pelo Sri Lanka, não estava à espera do impacto que o mini-viajante teve nas populações de meios rurais afastados das cidades. As pessoas queriam tocar-lhe, abraça-lo, beija-lo, tirar fotografias, algumas até se comoviam. Estava em choque, e desesperada para o proteger. Só tive uma solução: sossega-lo do pânico de ter sempre pessoas desconhecidas em seu redor e, aceitar.
Aceitar que ninguém lhe vai fazer mal, aceitar que há ainda muitas pessoas que vivem a vida inteira isoladas, e aceitar que o desapego é um ato de amor (que não é nada fácil!), e que naquele momento só poderia tornar aquilo numa coisa boa. Ele relaxou e fartou-se de dar abraços.

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This boy loves Sri Lanka food 🍚

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Hoje sou mais descontraída com desconhecidos, certa que ninguém está à nossa espera especificamente para nos fazer mal. Há pessoas curiosas em todo mundo, e isso não podemos mudar.

8. O que esperas partilhar com o teu filho(a) através dessas viagens com ele(a)?

Espero partilhar memórias. Quero que ele quando crescer se lembre, tanto da história que lhe leio antes de dormir, assim como, de viajar com os pais. Que sejam todas memórias felizes, que moldem a sua fortemente a sua personalidade ao longo da vida. Espero partilhar o que o Mundo tem de melhor: lugares maravilhosos e pessoas marcantes.

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